Falar dos outros é uma prática antiga que foi turbinada com a internet e as redes sociais.
Shakespeare escreveu “Otelo, o mouro de Veneza” por volta de 1603 e em muitas obras de destaque foram abordadas o tema e as conseqüências nefastas da fofoca.
Muitos perdem emprego, perdem relacionamento afetivo, perdem relacionamento comercial, perdem clientes e há uma diminuição da capacidade de trabalho de determinada pessoa em face de fofoca.
Na obra de Billy a Desdemona perde a vida e o babaca do Otelo se mata. Cleópatra também se matou por intrigas e fofoca. Se existisse celular naquela época, provavelmente, ela viveria mais um pouco.
Por que falar da vida dos outros? Afinal, qual é o lucro?
Há quem faça fofoca para ter aliados, firmar laços, fazer amizade, forçar a intimidade e garantir um provavel namoro. Há interesse em levar notícia privilegiada para uma pessoa para iniciar uma paquera ou sexo. Há quem desenvolva o hábito de falar dos outros por mero interesse, curiosidade ou maledicência.
Em busca do objetivo, o fofoqueiro não respeita e pouco se importa com a pessoa vítima do seu falatório…porque talvez a fofoca seja a única notícia interessante que ele tem.
O fofoqueiro pode ser um desocupado fútil ou um maledicente interesseiro. Ou as duas alternativas, o universo é o limite do falador.
Em geral o fofoqueiro faz questão de se mostrar feliz, consciência limpa, com a conseqüência que surgiu da sua informação, afinal ele não se responsabiliza por nada.
Quem fez a péssima escolha de ter confiado nele que se rale. Phoda-se.
É muito ruim ser a vítima da fofoca e ter que dar conta do estrago.
Mas eu acredito que o pior mesmo é ser o portador da notícia, o vulgo fofoqueiro. Talvez eu pense isso pelo meu nível de consciência…que é bem distinto do nível de consciência de quem ocupa o seu tempo a falar da vida das pessoas.
A definição de Leandro Karnal: “(…) a fofoca é a vingança do fraco”.
O livro do Karnal é uma boa bibliografia para entender este hábito. E já declaro de pronto: não recebi nada para indicar este livro. Estou lendo e volto a contar o que achei depois, ok?
Beijos
Linda Ostjen